A impressão 3D é considerada uma nova revolução industrial que tem importância significativa para o mercado da moda. Essa é uma inovação de modelos econômicos muito utilizada para prototipagem rápida, mas que nasceu em 1980. Atualmente por causa da tecnologia acelerada, progresso da ciência e dos softwares, é usada para produzir produtos acabados para a moda e para o mercado de artigos de luxo. A impressão 3D é o oposto do que estamos acostumados, ao invés de um molde ser preenchido, a fabricação é feita em camadas finas sobrepostas, a partir de um projeto digital, resultando em um objeto distinto e até mesmo personalizado.
Existem 3 principais tecnologias de impressão 3D:
1. FDM (Fused Deposition Modelling)– Modelagem por depósito de material fundido
Camadas de filamentos derretidos são postas uma sobre as outras, como se fosse um sorvete italiano, com o diferencial da temperatura, 200ºC. Esse é o método mais conhecido.
2. Estereolitografia (SLA)
Um líquido de polímero é depositado em uma plataforma móvel, camada por camada, sob o efeito de uma luz emitida por laser ultra-violeta que solidifica as partes necessárias para criar o protótipo.
3. Sinterização de Laser Seletivo (SLS)
Técnica que utiliza um raio laser para fundir, de forma seletiva o material.
Na moda e no mercado de luxo, a tecnologia mais adequada é a Estereolitografia, que permite melhor tratamento da superfície, mas que também leva certa fragilidade no objeto. De um modo geral, a impressão 3D é mais adequada para materiais duros e formas geométricas. Por isso é mais utilizada para jóias, óculos, relógios e acessórios em geral. Porém há designers como Danit Peleg e Julia Daviy que ultrapassam essas barreiras e utilizam a tecnologia de impressão 3D para criar roupas totalmente flexíveis e vestíveis que simulam tecidos e rendas, em uma produção zero waste.
A indústria de óculos recentemente enxergou o potencial dessa tecnologia para oferecer aos consumidores armação personalizada. Na relojoaria já são produzidas peças impressas em 3D que compõem os produtos, e as marcas esportivas já investem em solados de tênis 3D print, perfeitamente moldados para os pés de um atleta.
Na tecelagem e tricô o uso da impressão 3D também está avançando, podendo incluir nas peças adornos rígidos e até mesmo máquinas que funcionam como uma impressora de roupas. Para os maleáveis, como rendas e bordados, pode- se produzir através de TPU (poliuretano termoplástico), assim como poliamida. Iris Van Herpen seguiu esse caminho, desenvolvendo objetos em origami, interligados através da impressão 3D. E o futuro é ainda mais promissor com as novas tecnologias que estão surgindo, tornando possível imprimir peças de vestuário sem costura ou mistura de materiais.
Além de tantos prós esse método também tem os contras, que precisam ser superados: a cópia- propriedades intelectuais ficam mais fáceis de serem copiadas, o “tempo” que é importante para o crescimento dessa tecnologia, pois para imprimir um objeto sofisticado de apenas alguns centímetros, pode durar horas. A sustentabilidade também deve ser incluída nesse processo de evolução. A emissão de carbono pode reduzir, fazendo o transporte de mercadorias obsoleto porque os objetos podem ser criados no local. Mas e a reciclagem do pó não utilizado? Como alternativa há no mercado o PLA, um poliéster termoplástico feito com ácido lático composto a partir de fontes renováveis como milho, mandioca, beterraba, sendo biodegradável e reciclável.
Sem dúvidas a impressão digital coloca mais poder nas mãos dos consumidores, que podem desempenhar um papel mais importante na concepção e realização de seus produtos. Mas até que ponto? Para fazer os próprios objetos é legal a impressão 3D, é uma inovação muito significativa para o movimento maker. Mas na moda do luxo isso tem limites, pois o ato de comprar está ligado ao valor agregado na marca ou ao ponto de vista do designer. Além disso, embora seja fácil imprimir uma pulseira com base de resina, é muito mais complexo criar um produto de luxo sofisticado. Mas é possível que marcas ofereçam aos seus clientes a opção de customizar e fazer produtos dentro de certos parâmetros. Na verdade a impressão 3D vai facilitar a diferenciação e personalização, enriquecendo o diálogo entre o consumidor e o designer, e dando origem a uma gama mais ampla de produtos exclusivos.
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